Criado em 1994, o Mercado Eletrônico vive um momento de expansão. Após atingir o valor de R$ 100 bilhões em transações, o marketplace focado no setor B2B estima crescer cerca de 30% durante 2020 por conta da expansão de atendimento do e-commerce. O público internacional também está no alvo da companhia, que já tem escritórios nos Estados Unidos e Portugal e com operação iniciada no México.
Em entrevista para a Computerworld, o CEO Eduardo Nader abordou aspectos como o processo de transformação digital da companhia e como ele próprio vem se reinventando dentro de sua posição de liderança para conduzir a empresa que fundou dentro deste período de mudanças. Confira:
5 perguntas para o CEO: Eduardo Nader, do Mercado Eletrônico
1. CW: O Mercado Eletrônico se estruturou dentro de um modelo similar ao que conhecemos hoje por marketplace, formato utilizado por um número cada vez maior de comércios. Dentro da história do ME, quais foram os principais erros e aprendizados absorvidos ao se trabalhar dentro deste sistema?
Eduardo Nader: Desde a nossa chegada, há 25 anos, não paramos de aprender. Observamos e refletimos sobre os desafios do processo de compras e identificamos pelo menos três aspectos que no princípio foram fundamentais para conquistarmos mais eficiência: confiabilidade, competência técnica e negociação.
Ao longo do tempo, percebemos que a tecnologia não se sustentava sozinha. É importante agregar serviços para conquistar efetivamente os resultados esperados com o seu uso. Fizemos este movimento e as empresas puderam elevar compras a uma posição mais estratégica.
Reunir em um único espaço (Marketplace) uma comunidade de compradores e fornecedores, com o objetivo de propiciar um ambiente de negociação, foi bastante desafiador. Muitas empresas nem tinham acesso à internet, muitas vezes, o bom e velho fax foi a melhor solução.
O impacto de aderir à esta transformação pode ser mensurado por meio da redução de 3% a 11% dos custos de aquisição de produtos e serviços, além de uma redução de até 90% nos custos operacionais da área de compras.
Até o final de 2019 movimentamos R$ 100 bilhões em transações. Atualmente, contamos com 8 mil usuários compradores e mais de 1 milhão de fornecedores. Os desafios estão presentes a todo momento. Temos que nos reinventar, arriscar e aprender com os erros.
2. CW: Em diversas entrevistas, você menciona como conhecer o perfil do comprador profissional foi e continua sendo um fator decisivo para os negócios. Em uma época na qual a demanda por ações direcionadas ao Customer Experience cresce, o que as empresas podem fazer de forma assertiva para entender melhor as necessidades de seus clientes?
Eduardo Nader: O caminho é entender o que tem valor para nosso cliente e fazer a gestão da entrega desses valores de forma contínua. O consumidor não quer somente um serviço ou produto, ele quer ter sucesso no seu negócio com o que acabou de adquirir.
O profissional de compras precisa estar cada vez mais munido de dados, tanto transacionais quanto dos negócios de seus clientes, pois a combinação de ambos poderá ser a base da criação de uma estratégia que proporcione uma melhor experiência ao cliente final. Informações dizem mais que “percepções”.
3. CW: Com tecnologias como 5G e Internet das Coisas batendo à porta, quais são as iniciativas que o Mercado Eletrônico está tomando para se manter competitivo durante a transformação digital?
Eduardo Nader: No Mercado Eletrônico, acreditamos que uma cultura de inovação deve vir antes de qualquer tendência tecnológica. A partir disso, trabalhamos com times pequenos, multifuncionais, com diversas características, o que gera muita inovação no dia a dia da empresa. Produzimos mais com menos gente, graças ao modelo de gestão ágil.
Além disso, estamos utilizando Inteligência Artificial (IA). Possuímos um controle de fluxo para o grande volume de informações feito por machine learning e IA, que trazem respostas mais rápidas e corretas. Trabalhamos ainda com uma plataforma flexível que facilmente se adapta aos negócios das empresas que nos contratam.
4. CW: Há alguns anos o Mercado Eletrônico vem se posicionando como uma empresa que valoriza o ativo humano. Quais contribuições essa abordagem já gerou para o negócio?
Eduardo Nader: o principal valor do ME é “Pessoas em Primeiro Lugar”. Dentro dessa iniciativa nasceu o programa ME Desenvolvo, voltado para capacitação dos profissionais, compartilhamento de experiências e bem-estar de quem trabalha na empresa.
A valorização do colaborador se reflete em premiações como o GPTW Brasil, que nos destacou pelo terceiro ano consecutivo entre as 150 melhores empresas para trabalhar no Brasil e também no ranking de TI.
Pesquisas de clima apontam que hoje as pessoas buscam autonomia e desenvolvimento profissional. Temos levado isso em consideração para a consolidação dos nossos valores no dia a dia do ambiente de trabalho.
Essa busca por satisfazer os nossos colaboradores tem se refletido em um crescimento acima de 20% ao ano.
5. CW: Não são incomuns as histórias de empresas que precisaram trocar de comando pelo fato de o fundador, que esteve envolvido nos primeiros anos da empresa, não mostrar as aptidões necessárias para liderar a companhia em um novo momento. Por quais “transformações” você precisou passar para acompanhar o crescimento do Mercado Eletrônico?
Eduardo Nader: Sempre procuro passar alguns meses fora da empresa estudando e convivendo com CEOs do mundo todo para aprender novas estratégias e me manter atualizado no mercado. Além disso, o Mercado Eletrônico possui um Conselho de Administração e um Conselho Consultivo que auxilia nesse sentido, trazendo sempre novos insights e tendências para o negócio.
Também temos um processo de formulação da estratégia bastante participativo e o reavaliamos trimestralmente com nossos gestores para alinharmos e checarmos se estamos no caminho mais correto.
Fonte: Computerworld
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