ESG é a sigla para Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança, em português). O termo é usado para medir o engajamento das empresas em relação às iniciativas que diminuam os impactos negativos no meio ambiente, tornem as empresas sustentáveis economicamente e promovam uma sociedade mais justa.

É também um indicador de investimento sustentável que, somente em 2022, movimentou mais de $ 30,3 trilhões (cerca de R$ 151,5 trilhões). Segundo a Global Sustainable Investment Alliance (GSIA), investidores relataram a mudança climática e as emissões de gases de carbono como os principais critérios ESG na escolha de ativos. Outros motivos destacados foram questões de governança corporativa e recursos naturais sustentáveis.

O movimento surgiu em 2004, em uma publicação do Pacto Global com o Banco Mundial, chamada de “Who Cares Wins” (quem se importa, vence). A iniciativa, provocada pelo então secretário-geral da ONU, tinha como finalidade engajar 50 CEOs de grandes empresas nos Dez Princípios do Pacto Global e na agenda dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Independentemente do setor, a sustentabilidade é uma agenda de todos. Ao se mobilizar e criar ações em prol da sustentabilidade, as empresas podem reduzir seus impactos negativos, promover a eficiência e inovação, garantir a resiliência de suas operações e fortalecer sua reputação e valor no mercado.

Nesse sentido, o supply chain desempenha um papel fundamental na conquista do ESG. Ao adotar uma abordagem sustentável, a área de compras promove não apenas eficiência operacional, mas também responsabilidade ambiental e social em toda a cadeia de suprimentos.

Pilares do ESG no contexto da área de compras

Integrar critérios de ESG em todas as etapas do processo de compras inclui a seleção de fornecedores que compartilham os mesmos valores e compromissos com a sustentabilidade, implementação de práticas de gestão de riscos e compliance, estabelecimento de parcerias colaborativas para promover inovação e melhoria contínua em direção a práticas ESG.

A seguir, confira os principais impactos a serem considerados na estratégia do setor, considerando os aspectos ambientais, sociais e de governança.

E (Environmental) – Questões ambientais

Na área de compras, a letra “E” no contexto do ESG refere-se a questões ambientais, parte fundamental da responsabilidade social corporativa e dos critérios de sustentabilidade aplicados aos processos de aquisição da empresa.

Impacto ambiental dos produtos Avaliação do ciclo de vida dos produtos, desde a extração da matéria-prima até o descarte.
Eficiência energética Priorização de produtos e fornecedores que priorizam fontes de energia renováveis e processos de fabricação mais eficientes.
Redução de emissões de carbono Seleção de fornecedores com iniciativas de redução de emissões de carbono, como a utilização de transporte mais sustentáveis.
Conservação dos recursos naturais Diminuição do consumo de água, proteção da biodiversidade e preservação de ecossistemas.
Gestão de resíduos Adoção de práticas de produção e embalagem que reduzam a quantidade de resíduos, priorizando a reciclagem e reutilização.
Conformidade ambiental Empresa e fornecedores em conformidade com todas as regulamentações ambientais e normas aplicáveis.

 

S (Social) – Questões sociais

Aqui, as preocupações são relacionadas à sociedade como um todo, desde questões básicas, como satisfação do cliente, até assuntos de relevância social, como diversidade, privacidade e segurança de dados, direitos humanos e leis trabalhistas.

Condições de trabalho Avaliação das condições de trabalho dos funcionários em toda a cadeia de suprimentos, incluindo direitos trabalhistas.
Direitos humanos Garantia de que os fornecedores respeitem os direitos humanos, evitando práticas de discriminação e trabalho infantil.
Diversidade e inclusão Promoção da diversidade e inclusão em toda a cadeia de suprimentos, incentivando a igualdade de oportunidades para todos.
Desenvolvimento da comunidade Apoio a iniciativas que beneficiam as comunidades locais onde as operações de fornecedores estão localizadas.
Saúde e segurança Implementação de políticas e práticas que protejam a saúde e a segurança dos trabalhadores, bem como das comunidades.
Ética nos negócios Adoção de padrões éticos e transparência nas operações comerciais, evitando subornos, corrupção e práticas comerciais antiéticas.

G (Governance) – Questões de governança

Ao considerar questões de governança nas atividades de compras, as empresas fortalecem a reputação, reduze riscos relacionados à conformidade e aumentam a confiança dos investidores, dos clientes e de outras partes interessadas.

Estrutura de governança Avaliação da estrutura de governança da empresa e de seus fornecedores, com mecanismos de supervisão e controle.
Ética empresarial Promoção de práticas éticas em toda a cadeia de suprimentos, como políticas contra corrupção e conflitos de interesse.
Transparência e divulgação Informações claras sobre suas operações, desempenho financeiro, práticas de governança e impactos ambientais e sociais.
Gestão de riscos Ter processos para identificar, avaliar e mitigar os riscos operacionais, financeiros, ambientais, sociais e de conformidade.
Conformidade regulatória Cumprimento de todas as leis, regulamentos e normas aplicáveis relacionadas às operações da empresa e às práticas de compras.
Auditorias Auditorias desempenham um papel fundamental na garantia de conformidade, integridade, confiabilidade e eficácia dos processos.

Como a tecnologia pode ajudar as empresas nos critérios ESG?

A tecnologia desempenha um papel fundamental no apoio às empresas na implementação e no avanço dos critérios ESG (Ambiental, Social e Governança). Por meio de soluções digitais, as empresas podem melhorar sua transparência, eficiência e responsabilidade em relação às questões ESG.

Na área ambiental, a tecnologia possibilita a monitorização e gestão eficaz do consumo de recursos naturais, redução de emissões de carbono e gestão de resíduos. Sensores IoT, análise de big data e inteligência artificial podem ser empregados para otimizar processos logísticos, identificar padrões de consumo de energia e promover a economia circular.

Plataformas digitais, como o e-Procurement do Mercado Eletrônico, podem ser utilizadas para verificar aspectos fiscais, financeiros, operacionais e ambientais dos fornecedores. Além disso, a tecnologia permite que as transações entre empresas sejam mais transparentes. Periodicamente, a performance do fornecedor pode ser avaliada por meio de questionários, permitindo o monitoramento e a adequação aos objetivos e diretrizes da empresa.

Em relação à governança, sistemas de gestão integrada e blockchain são exemplos de tecnologias que podem fortalecer a transparência, rastreabilidade em todas as operações da empresa. Essas soluções ajudam a garantir a conformidade com regulamentações, promover a ética empresarial e aumentar a confiança dos investidores e consumidores.

Práticas da área de compras que promovem o ESG

A seguir, selecionamos as principais práticas que o supply chain pode adotar para tornar a empresa responsável ambiental e socialmente, além de mais valiosa no mercado:

  • Adoção de solução em nuvem

Ao adotar uma solução em nuvem, como as oferecidas pelo Mercado Eletrônico, as equipes de compras têm controle das operações com fornecedores, promovendo relações comerciais mais transparentes, justas e com compliance.

  • Transporte e logística eficientes e sustentáveis

O setor de transporte é o que mais polui, seguido pela indústria. Por essa razão, atente-se às escolhas de seus fornecedores, como veículos movidos à energia limpa, otimização de rotas e redução do tempo das viagens.

  • Gestão de fornecedores

Escolher bons parceiros de negócios, ou seja, fornecedores com processos sócio e ambientalmente responsáveis em toda a cadeia produtiva, é fundamental para a construção de um supply chain mais sustentável.

  • Plataformas digitais

O uso de soluções digitais, como o e-Procurement do Mercado Eletrônico, para gerenciar as compras e os fornecedores são essenciais para o engajamento do ESG, pois permitem transparência e rastreabilidade com os aspectos ambientais, sociais e de governança.

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Até à próxima! 😉