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Longe de ser uma tendência, os processos ajudam companhias a se estabelecerem em um mercado cada vez mais competitivo. Warren Buffett, da Berkshire Hathaway, Mary Barra, da General Motors, Lowell McAdam, da Verizon, Larry Fink, da BlackRock e outros CEOs de grandes empresas norte-americanas assinaram, em 2016, um documento (leia aqui) que lista maneiras para melhorar a governança corporativa nos Estados Unidos.

A ideia por trás dessa assinatura foi fazer com que as empresas do país adotem políticas mais transparentes e efetivas, promovendo a credibilidade do público. E sem a governança, não há como estabelecer um cenário positivo dentro – e fora – de uma organização.

O termo “governança” entrou na moda com os acordos de Bretton Woods, em 1944, junto com as instituições criadas a partir da conferência, e surgiu para mapear o “conjunto de processos, costumes, políticas, leis, regulamentos e instituições que regulam a maneira como uma empresa é dirigida, administrada ou controlada”. Porém, apenas em 2002, a governança se tornou uma questão urgente, após a introdução, no mesmo ano, da Lei Sarbanes-Oxley, anunciada para restaurar a confiança pública nas empresas e mercados após a fraude contábil que faliu companhias de alto desempenho como a Enron e a WorldCom.

Quinze anos mais tarde, a assinatura desse manifesto por grandes empresários nos remete ao fato de que as empresas não têm escolha senão alavancar sucessos e mitigar falhas do passado, além de fazer avaliações cuidadosas de riscos futuros se quiserem sobreviver no mundo de hoje.

Ética, gerenciamento de risco, sustentabilidade e compliance

Já vimos que a governança de uma empresa interfere diretamente em sua confiabilidade. As evidências que validam essa percepção são encontradas, diariamente, nas primeiras páginas dos jornais. São escândalos corporativos e falhas do sistema de gerenciamento de risco de magnitudes variáveis. É por isso que ética, gerenciamento de risco, sustentabilidade e compliance, tópicos de uma boa governança, devem fazer parte da agenda de qualquer empresa.

De acordo com o levantamento da OCEG GRC (2014), think tank sem fins lucrativos que atua na performance de organizações, 80% dos entrevistados disseram que suas organizações usavam soluções independentes de governança, risco e conformidade para cada departamento – com pouca ou nenhuma troca de informações entre eles. Isso leva a lacunas na cobertura de risco e a ineficiências globais, uma vez que o trabalho muitas vezes é duplicado.

Mas, mais interessante é a mudança dos entrevistados, apresentada do mesmo levantamento, em 2016. A pesquisa apontou maior interesse por tecnologias de gerenciamento de riscos operacionais e corporativas, além de soluções para gerenciamento, incluindo, risco geopolítico, risco de terceiros, gerenciamento de risco da informação, EH&S (meio ambiente, higiene ocupacional e segurança do trabalho) até o Planejamento de Continuidade de Negócios (PCN). O que nos leva a crer que, a velocidade na mudança do comportamento dos envolvidos responde, via de regra, à tendência que indica a tecnologia como a melhor solução para unificar e gerenciar processos.

Governança corporativa nas decisões de compra

Governança corporativa é, sobretudo, sinônimo de tomada de decisão. Em outras palavras, significa pôr a casa em ordem, sem esconder a sujeira embaixo do tapete. Mas, como começar a usar uma prática efetiva de gerenciamento nos negócios?

Um bom começo para tomar as rédeas da empresa e domar percalços é exercer o controle total do setor de compras, área estratégica da empresa, já que seu poder de negociação interfere diretamente no preço final dos produtos e, logo, na competitividade. Afinal, cada R$ 1 economizado em compras é R$ 1 a mais no lucro da empresa.

Motivada pela crise de 2008, a evolução desse setor acabou impulsionada por uma nova política de economia de custos para melhorar a eficiência e o saving (redução de custos de aquisição de produtos e serviços). Foi então que surgiu a função de comprador. Daí em diante, salários evoluíram e a profissão chegou ao chamado C-Level, na figura do CPO (Chief Procurement Officer).

A chegada da tecnologia nesse setor fez com que a transformação se acelerasse ainda mais. E, com sistemas para padronização de bancos de dados e automatização do processo de análise de todos as informações de compras, os passos em direção à governança dessa área são dados.

Entre as práticas que podem ser facilitadas com o uso de mecanismos que, comprovadamente, registram e organizam tudo, estão cotações de preços, gestão de pedidos, leilões reversos e diretos, padronização de materiais, homologação de fornecedores, gestão de catálogos, entre outras. Até as terceirizações, hoje, podem ser gerenciadas. Com a automação da gestão de terceiros, os riscos de responsabilidade subsidiária e solidárias diminuem e o controle das informações de pagamento, recolhimento de encargos, segurança e saúde ocupacional dos colaboradores com mão de obra alocada é total.

Ou seja, uma vez que as organizações decidem investir em governança, elas ganham uma ampla variedade de abordagens a seu dispor e, de quebra, vantagem competitiva, se tornando mais bem vistas no mercado.

 

Gestão de Riscos

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