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Martha Gabriel, palestrante, consultora e escritora, foi entrevistada por Arthur Igreja na última edição do ME B2B Summit. A keynote speaker do evento falou sobre o tema “No futuro, seremos eternos novatos?”, que tem tudo a ver com o que estamos vivendo há algum tempo, mas que se intensificou durante a pandemia.

Entre vários assuntos da atualidade, a convidada falou sobre a aceleração das mudanças e transformações nos últimos anos, a necessidade de aprendizagem contínua, o adeus a era do “ou” – isso ou aquilo, pensamento crítico e, claro, metaverso, o assunto mais quente do ano.

A seguir, confira os principais tópicos abordados neste encontro especial.

Por que tudo muda tão rápido?

A conversa com Martha Gabriel começou direto ao ponto, com uma pergunta que sintetiza o mundo onde estamos vivendo atualmente e todas as causas da nossa ansiedade crônica.

O telefone levou 75 anos para chegar a 50 milhões de pessoas, a rádio, 38 anos, a televisão, 13, a internet, 4, o iPhone, apenas 3, o Instagram, 2 anos, o Angry Birds, 35 dias, e o Pokémon Go, apenas 15 dias. O que aconteceu para que tudo esteja mudando tão rapidamente?

Para Martha, a sensação de velocidade não é falsa, mas sim cada vez mais presente e a grande causadora é a tecnologia. Hoje em dia, estamos vivenciando a virada da curva exponencial, que vem acontecendo desde o século passado, e é o que nos causa a sensação de tudo mudar muito rapidamente.

“Nós, enquanto humanos, não fomos configurados para pensar no futuro. Antes, o futuro era igual ao passado ou ao presente. Agora, todos os dias as coisas estão mudando e levará um tempo para a gente se acostumar com esta nova realidade.”

É necessário criar ações hoje para construir os melhores cenários

Martha Gabriel relembrou que a primeira tecnologia adquirida pelo homem foi sua própria fala. No início de tudo, a capacidade exclusiva de linguagem verbal do ser humano foi o que o diferenciou das outras espécies e o transformou em sinônimo de poder sobre tudo o que conhecemos hoje. Foi graças à comunicação que as pessoas puderam buscar conhecimento, evoluir e criar tecnologias para facilitar a vida.

Passamos milhões de anos no modelo de caça e coleta, milhares no período agrícola, centenas na era industrial, dezenas na da informação e, agora, as coisas mudam todos os dias.

Na era industrial, apesar dos avanços da época, as transformações aconteciam de forma muito mais lenta. Hoje, estamos em uma curva de aceleração exponencial. Inteligência artificial, 5G, NFT, blockchain, metaverso não são tendências mais, mas sim a realidade em que estamos vivendo.

Se você não testar e inovar, você não consegue mais acompanhar, sobreviver ou liderar. Todos nós temos a responsabilidade de enxergar os cenários e criar os futuros que nos interessam.

No futuro, seremos eternos novatos?

Se o mundo muda o tempo todo, somos novatos nas situações em que estamos vivendo. Martha comentou que não gosta do termo “novo normal”, que foi instaurado na pandemia, pois, diariamente, temos desafios e vivemos o “novo normal”. Agora, é preciso buscar o “next normal”. Ou seja, ter o olhar voltado para a próxima normalidade que desejamos criar.

Tudo o que pôde ser automatizado, foi, e continuará sendo. Por isso, essa relação da tecnologia com o ser humano tende ser cada vez mais inteligente.

Mas existe algo difícil de ser automatizado: os skills humanos, que são as habilidades comportamentais e, por isso, as pessoas que as detêm estão se destacando no mercado de trabalho.

Somos novatos o tempo todo, aprendizes o tempo inteiro. É encantador a possibilidade de receber estímulos novos todos os dias, continuar sendo relevante e não se acomodar.

 A era do “e”

Na era em que a tecnologia é o principal instrumento de transformação, o maior desafio é ser sustentável. Martha Gabriel citou o estudo World Happiness Report, que mostra o ranking dos países mais felizes. O curioso é que existem lugares onde a cultura tecnológica é forte, mas o índice de bem-estar das pessoas é baixo, quando comparado a nações menos desenvolvidas.

Não existe só o lado bom das coisas, nem só o lado ruim. Não existe mais a opção é “isso” ou “aquilo”. O “ou” deu lugar ao “e”. Atualmente, no mundo dos negócios, é preciso ser rápido e eficiente, eficiente e barato. Nas inovações, por exemplo, tecnologia e ser humano andam juntos, e por aí vai.

Na era do “e”, é preciso traçar ao menos três cenários positivos e 3 cenários negativos para agir com mais assertividade. Neste sentido, ter pensamento crítico é fundamental. É por meio da racionalidade e da reflexão que podemos nos preparar melhor para o futuro.

O pensamento crítico direciona os nossos esforços. Sem pensamento crítico, não transformamos criatividade em inovação.

Metaverso é assunto novo apenas para alguns

O conceito de metaverso não é novo. Ele apareceu, pela primeira vez, em um livro de ficção científica chamado Snow Crash, de 1992, e escrito pelo americano Neal Stephenson. Mais adiante, surgiu no jogo Second Life, em 2003, que foi a primeira materialização do metaverso.

A novidade do metaverso é a vivência da realidade mista em dimensão 3D.

Martha Gabriel enfatizou que um avatar não tem o limite físico que nós temos. A realidade aumentada amplia as experiências do mundo físico. No jogo Pokémon Go, por exemplo, acontece ao contrário: usamos o físico para interagir com o mundo virtual. O grande desafio da vivência nessa dimensão é a questão da sustentabilidade e de tornar melhor a vida das pessoas.

Quando uma pessoa não tem uma experiência legal, ela escapa rápido. O desafio das empresas vai ser promover o encantamento nos dois mundos, on e off.

 

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Até a próxima postagem!